Garrafinhas de água voaram quando Karol Conka, no auge de seus 17 anos, pisou pela primeira vez num palco.
Desajeitada, enroscou o pé no cabo do microfone e desplugou tudo. "Na verdade, eu mal sabia como segurar aquilo", lembra, aos risos, a rapper curitibana, hoje com 25.
Antes que vaias irrompessem da plateia marrenta, que aguardava ansiosa pelo show do rapper GOG, o som voltou ao normal e a jovem MC pôde mostrar a que veio.
Com repertório de uma música só, "Aqui Você Não Pode", uma de suas primeiras composições, ganhou o público com um "flow" (a levada da rima) original e o baita cutucão que a letra dava nas "minas" do rap."Eu via alguns shows de MCs mulheres e achava muito feio, porque elas se comportavam como homens. Resolvi escrever sobre isso", explica. Naquela noite, repetiu a música umas três vezes.
Atualmente, Karol, que cresceu ouvindo MPB, carrega o status de promessa do rap nacional --"vaga" preenchida também por talentos como Flora Matos. Foi indicada na categoria revelação do VMB 2011, da MTV, com o clipe de "Boa Noite", e se prepara para lançar seu disco de estreia ainda neste ano.
Os bons ventos, porém, começaram a soprar há pouco tempo. No ano passado, lançou um pacotinho de rimas na web. Foi o que bastou para o telefone não parar de tocar. No visor, DDDs do sul ao norte do país.
FÁBULA E GANDAIA
O Folhateen ouviu, com exclusividade, oito das dez faixas do primeiro disco, ainda sem nome, de Karol Conka.
Produzido por Nave Beats (Marcelo D2, Emicida), o álbum tem de pancadão a dubstep, tudo alinhavado com traços nordestinos ("vovó é baiana") e do hip-hop ("queria ser a Lauryn Hill").
"É tudo pensado para a pista de dança", destaca Karol. "Gandaia", que já está no setlist dos shows, é o maior exemplo do clima de noitada.
Mas é a soturna e arretada "Mundo Loko" a melhor representante da mistura que a MC curte fazer."É uma fábula sobre meu universo doido."
Nenhum comentário:
Postar um comentário